

Curiosidades e Conhecimentos na Umbanda
OI… SOU SEU ORIXÁ!
“Eu estou ao seu lado e sou aquele que nunca desacredita dos seus sonhos.
Sou eu que as vezes altero seu itinerário, e até atraso seus horários para evitar acidentes ou encontros desagradáveis.
Sim, sou eu que falo ao seu ouvido aquelas “inspirações” que você acredita que acabou de ter como “grande idéia”.
Sou eu quem te causa aqueles arrepios quando você se aproxima de lugares ou situações que vão te fazer mal.
E sou eu quem chora por você quando você com a sua teimosia insiste em fazer tudo ao contrário só para desafiar o mundo.
Quantas noites passei na cabeceira de sua cama velando por sua saúde, cuidando de sua febre e renovando suas energias.
Quantos dias eu te segurei para que você não entrasse naquele ônibus, carro e até avião?
Quantas ruas escuras eu te guiei em segurança?
Não sei, perdi a conta, e isso não importa.O que realmente importa, e o que me deixa triste e preocupado, é quando você assume a postura de vítima do mundo
Quando você não acredita na sua capacidade de resolver os problemas, quando você aceita as situações como insolúveis
Quando você pára de “lutar” e simplesmente reclama de tudo e de todos.
Quando você desiste de ser feliz e culpa outra pessoa pela sua infelicidade.
Quando você deixa de sorrir e assume que não há motivos para rir, quando o mundo está repleto de coisas maravilhosas.
Quando se esquece até de mim, seu Orixá, aquele que Olorum deu a honra de auxiliar nessa missão tão difícil que é viver e progredir.
Já que me deixaram falar diretamente com você, gostaria de te lembrar, que estou ao seu lado sempre, mesmo quando você acredita estar totalmente só e abandonado,
Até nesse momento eu estou segurando a sua mão, eu estou consolando seu coração.
Eu estou te olhando, e por te amar demais, fico triste com a sua tristeza, mas, como eu sei que você nasceu para brilhar,
Eu agradeço a Olorum a oportunidade bendita de te conhecer e cuidar de você, porque você é realmente muito especial."
Seu Orixá, que acredita em você!
Eu acredito em você..
seu orixá !!!
SAUDAÇÃO AOS ORIXAS
SALVE, OXALÁ (OXALÁ MEU PAI)
SALVE, IANSÃ (EPARREI IANSÃ)
SALVE, OXOSSÍ (OKÊ OXOSSÍ)
SALVE, IEMANJÁ (ODOIÁ MINHA MÃE)
SALVE, OGUM (OGUNHE MEU PAI)
SALVE, XANGÔ (KAÔ KABECILÊ)
SALVE, OXUM (AIÊ IÊ MAMÃE OXUM)
SALVE, NANÃ (SALUBA NANÃ)
SALVE, ABALUAÊ (ATOTÔ ABALUAÊ)
SALVE, COSME & DAMIÃO (ERÊ EREMI)
Filhos da Magia
A POSTURA DO MÉDIUM NAS SESSÕES DE CARIDADE
- como ocorre a sintonia com os Guias Espirituais?
Abrir os trabalhos de caridade é "destrancar" nosso templo interior de medos, recalques e preconceitos para sermos "ocupados" pelos Guias Espirituais. Todos participando de um mesmo ideal - doação ao próximo -, somente com a calma interior, abstraindo-se dos pensamentos intrusos que preenchem a mente com as preocupações ligadas às inseguranças diárias da sobrevivência da matéria, esvaziando o psiquismo periférico sintonizado aos sentidos ordinários do corpo físico, indo ao encontro do verdadeiro Eu Interno, a essência espiritual imorredoura e atemporal que anima cada um de nós, em silêncio e serenados, conseguiremos ser instrumentos úteis de trabalho aos nossos mentores, enviados dos Orixás.
Por mais que tenhamos elementos de ritos, defumação, atabaques, folhas, cheiros e sons, que nos dão as percepções que nos estimulam por meio de símbolos, que podem ser visuais, sonoros ou estar em palavras faladas e alegorias litúrgicas, é somente por meio da elevação psíquica interna de cada membro da corrente mediúnica que poderemos chegar ao padrão vibratório coletivo necessário ao alinhamento com as falanges espirituais que nos envolvem de maneira consciente, efetiva e amorosa.
A criação da verdadeira egrégora coletiva se dará na medida que todos os membros de uma corrente estejam conscientes de que tudo acontece no plano sutil, oculto as nossas percepções sensórias ordinárias, não sendo um simples formalismo ritualístico, repetitivo e enfadonho para podermos começar uma sessão.
Infelizmente, muitas vezes certos médiuns e assistentes estão desconcentrados, olhando para os lados, absortos, entediados, atentos ao relógio, com os semblantes pesados, cheios de preocupações e, não por um acaso, ao final dos trabalhos, não estão bem com algum espírito sofredor "colado" em suas auras, pois afim atrai o afim, carecendo esses médiuns de atendimento e dedicação dos demais membros da corrente.
- livro INICIANDO NA UMBANDA
Perigos na Mediunidade: O Milagre
Existem alguns perigos reais que circulam a vida espiritual de um médium de Umbanda. Por si só, um médium carrega dons mediúnicos, e quando falamos em dons mediúnicos, não estamos falando apenas de incorporação ou psicofonia. Porém neste texto, iremos nos limitar a comentar sobre essa mediunidade tão presente em nossa religião, sendo um pilar importante de contato com nossos guias, mestres e mentores, porém se mal entendida e internalizada pelo médium, vira uma faca de dois gumes.
Você pode se perguntar: “Como pode existir um perigo mediúnico dentro de um Templo de Umbanda que é consagrado pelo poder dos Orixás, pela forças dos guias e em nome de Deus?”
A resposta é: “Nós somos o perigo real.” Não são os guias, nem os Orixás e sim sentimentos ilusórios, perturbadores, inseguros que vibramos no decorrer de nossa caminhada mediúnica. Um dos maiores perigos que podemos encontrar hoje em dia, que afeta a mediunidade de muitos é o famoso MILAGRE. Explico.
O milagre acontece em todas as religiões. O milagre é uma presença divina atuando em nossas vidas, realizando ações impossíveis para a compressão humana, e dentro de um Templo de Umbanda, acontecem milagres, sim!
É interessante o médium saber que por intermédio de seu guia espiritual foi realizado uma cura, uma ajuda muito grande na vida de uma pessoa? Essa resposta depende muito da maturidade do médium. Vamos a um exemplo:
Um médium chamado Fulano, é dedico a sua religião e ao seu terreiro, ele faz seus preceitos, suas orações tenta ao máximo ser sincero com sua mediunidade e com suas limitações, possui uma abertura e uma passividade na hora da incorporação muito boa, no qual lhe dá a permissão de trabalhar nas giras abertas do terreiro. Fulano, sempre concentrado, chega mais cedo, bate cabeça, põem suas guias/colares e em silêncio fica esperando a hora de começar a gira. Porém depois de alguns meses de trabalho, chega a seu ouvido que seu Caboclo curou um Câncer de uma pessoa que estava em um estágio da doença muito avançado. Fulano, fica feliz, agradece a seu guia e aos seus Orixás, mas algo dentro dele mudou.
Com o passar dos dias, Fulano aparece no terreiro com um braja (não mais as guias/colares simples que usava segundo a orientação do seu Caboclo), não faz mais suas orações e o silêncio e a concentração não fazem mais parte da sua preparação pré gira.
Seu “Caboclo” quando incorpora, não mais usa sua “simples” vela verde, agora usa 7 velas verdes, 3 vermelhas e uma branca. Não mais utiliza as ervas e sim um maracá e uma flecha que comprou a pouco tempo em uma feirinha. Seu ponto riscado mudou, agora é “mais elaborado”.
Seu “Caboclo” avisa ao cambone que a partir de agora, NECESSITA usar um cocar com 7 cores diferentes, com penas especiais.
De repente, o Caboclo tão realizador, começar a nem dar passes energéticos direito. Não “sabe” mais dar conselhos positivos as pessoas. Só sabe dar receitas e concelhos pré prontos.
O Fulano, começa a desanimar, pois seu “Caboclo” não faz mais milagres, e onde já se viu um Caboclo não fazer milagres? Fulano desanima tanto, que muda de terreiro, pois acredita que o Templo está com algo errado, e isso só se “confirmou”, pois em sua mente o “Caboclo” disse que aquele terreiro estava negativado.
Com o tempo, fulano, pula de terreiro em terreiro, e nada mais o satisfaz. Nada o preenche. E com o tempo, ele sai da Umbanda.
Esse pequeno relato acima, mostra de uma forma simples, o que acontece com muitos médiuns de Umbanda, pois mesmo sendo dedicado, honesto e de bom coração, sempre estamos abertos a vibrar sentimentos que podem puxar nosso tapete. O Ego, a vaidade são inimigas mortais de um médium de Umbanda, e dessa união nasce a ilusão!
Quando o médium entra na ilusão, tudo muda a volta dele e dentro dele, e só ele não percebe, pois a ilusão te preenche de vazio, e quando é percebida, já existe “buraco” dentro da pessoa.
É importante frisar que o milagre, a cura é algo que acontece em todos os templos de Umbanda e sempre vai acontecer, pois somos amparados por Deus e os Orixás, porém a informação de que “seu” GUIA ESPIRITUAL curou alguém, não deve ser algo de importante na sua vida. Pois se essa informação é vital para sua vida, ou para você acreditar mais na Umbanda, você está no caminho errado.
Silenciar e desprender são chaves de acesso ao sagrado de qualquer religião. Um bom médium deve sempre ter isso em mente! Somos trabalhadores de Umbanda e não santos!
Sinta e viva sua espiritualidade com muito bom senso e acima de tudo amor, não com medo ou por obrigação!
Os 7 Ensinamentos da Umbanda
Por Hebert Silva
1 – Humildade – Ao vestir o branco, entender o porque dessa cor, ela simboliza a pureza das atitudes, a clareza espiritual. Você, ao por os pés no terreiro, entra com quais pensamentos? Você se sente um médium preparado para servir de intercambio entre os mundos?
2 – Boa vontade – Se você iniciou por amor ou pela dor, não interessa, você está dentro agora. Qual sua boa vontade? Esta com o coração aberto? Esta livre de pensamentos contrários ao momento? Ao pisar em frente ao congá, traz sua mente para a quietude? Ao se curvar nos momentos de oração, você abre sua mente e seu corpo para o trabalho caritativo?
3 – Seriedade – Já sabendo que o momento necessita de humildade e boa vontade, você esta ali para ajudar a SI e as outras pessoas? Ou esta ali para elevar alguma parte escondida do seu EGO, se fazendo passar por calmo, sereno e paciente, mas na escuridão do seu ser, um vampiro que esta se deliciando com toda a atenção que você recebe. Você é daqueles que acha que "seu" guia é superior a todos, o melhor? Cuidado, você pode estar recebendo um caboclo de meia-pena, e nem se deu conta…
4 – Fé – Até onde sua fé é capaz de chegar? Você realmente acredita nos seus guias? Tem alguma dúvida sobre o plano espiritual, se não possui, então você é daqueles médiuns que nunca pararam para pensar…"Será que não sou eu ?…" no momento em que seu guia, diz algum conselho a alguém, ou simplesmente tem uma postura que você acha no mínimo "estranha".
5 – Tranquilidade – Você é capaz de manter a calma, nos momentos mais complicados, quando a vida lhe exige um pouco mais de tenacidade com relação aos acontecimentos ? Ou você já põe a culpa dizendo ser filho desse ou daquele santo, e sai distribuindo farpas energéticas negras em direção as pessoas que não tem nada com os seus dissabores diários.
6 – Cumplicidade, até onde você deixa o sossego do seu lar, para ajudar a quem esta toda semana, ou a cada 15 dias, a espera de uma mensagem amiga, de um conforto espiritual? Até aonde você se sente responsável pelo que acontece à sua volta?
7 – Respeito – Você tem respeito pela hierarquia da casa que lhe acolheu no momento em que você precisava? Você tem respeito para com seus irmãos, mesmo sabendo que algum possa estar agindo "injustamente", para com você? Você tem respeito, pelos que estão sentados, em frente ao congá, esperançosos, curiosos, ou mesmo aqueles que nem sabem o que estão fazendo naquele lugar, mas no fundo são filhos do mesmo Deus, do mesmo Criador, então, tão dignos de respeito como o que você quer receber.
O que é Umbanda:
Umbanda é uma religião brasileira formada através de elementos de outras religiões como o catolicismo ou espiritismo juntando ainda elementos da cultura africana e indígena.
A palavra é derivada de “u´mbana”, um termo que significa “curandeiro” na língua banta falada na Angola, o quimbundo. A umbanda tem origem nas senzalas em reuniões onde os escravos vindos da África louvavam os seus deuses através de danças e cânticos e incorporavam espíritos.
O culto umbandista é realizado em templos, terreiros ou Centros apropriados para o encontro dos praticantes onde entoam cânticos e fazem uso de instrumentos musicais como o atabaque. Apesar disso, quando o Umbanda foi criado, não existiam manifestações musicais, como cânticos e utilização de instrumentos.
O culto é presidido por um chefe masculino ou feminino. Durante as sessões são realizadas consultas de apoio e orientação a quem recorre ao terreiro, práticas mediúnicas com incorporações de entidades espirituais e outros rituais.
O culto se assemelha ao candomblé, no entanto, são religiões que possuem práticas distintas.
Ao longo do tempo, a umbanda passou por transformações e foi se demarcando de outras religiões. Também criou ramificações, algumas delas são descritas como: Umbanda Tradicional: criada no Rio de Janeiro pelo jovem Zélio Fernandino de Moraes; Umbandomblé ou Umbanda Traçada: onde um mesmo sacerdote pode realizar sessões distintas de umbanda ou de candomblé; Umbanda Branca: utiliza elementos espíritas, kardecistas e os adeptos usam roupas brancas; Umbanda de Caboclo: forte influência da cultura indígena brasileira
" nada é por acaso...."
Instruções Gerais de Conduta Moral, Espiritual e Física dos Médiuns de Umbanda:
• Manter dentro e fora do Centro, isto é, na sua vida religiosa ou particular, conduta irrepreensível, de modo a não ser alvo de críticas, pois qualquer deslize neste sentido irá refletir no Templo e mesmo na Umbanda de forma geral.
• Procurar instruir-se nos assuntos espirituais elevados, lendo os livros indicados pela Direção do Templo, bem como assistindo palestras e participando dos estudos.
• Conserve sua saúde psíquica, vigiando constantemente o aspecto moral.
• Não alimente vibrações negativas de ódio, rancor, inveja, ciúme, etc.
• Não fale mal de ninguém, pois não é juiz, e via de regra, não se pode chegar às causas pelo aspecto grosseiro dos efeitos.
• Não julgue que o seu guia ou protetor é o mais forte, o mais sabido, muito mais "tudo" do que o de seu irmão, aparelho também.
• Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, comentando, insistentemente, os feitos do seu guia ou protetor. Tudo isso pode ser bem problemático e não se esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda a sua conversa vaidosa ruir fragorosamente.
• Dê paz ao seu protetor, no astral, deixando de falar tanto no seu nome. Assim você está se fanatizando e aborrecendo a Entidade, pois, fique sabendo, ele, o Protetor, se tiver mesmo "ordens e direito de trabalho" sobre você, tem ordens amplas e pode discipliná-lo, cassando-lhe as ligações mediúnicas; e mesmo infringindo-lhe castigos materiais, orgânicos, financeiros e etc.
• Quando for para ao rito, não vá aborrecido e quando lá chegar, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de fé, de paz e, sobretudo, de caridade pura, para com o próximo.
• Lembre-se sempre de que sendo você um médium considerado pronto ou desenvolvido, é de sua conveniência tomar banhos propícios determinado por sua entidade. Se for médium em desenvolvimento, procure saber quais os banhos e defumadores mais indicados, o que será dado pela Direção do Templo.
• Não use "guias"(colares) de qualquer natureza sem ordem comprovada de sua entidade protetora responsável direta e testada no Templo, ou então, somente por indicação do médium chefe, se for pessoa reconhecidamente capacitada.
• Não se preocupe em saber o nome do seu protetor (tentar adivinhar) antes que ele julgue necessário. É muito importante para você, não tentar reproduzir, de maneira alguma quaisquer gestos ou pontos riscados.
• Não mantenha convivência com pessoas más, invejosas, maldizentes, etc. Isso é importante para o equilíbrio de sua aura, dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é partilhar dela.
• Acostume-se a fazer todo o bem que puder, sem visar recompensa ou agradecimentos.
• Tenha ânimo forte, através de qualquer prova ou sofrimento, confie e espere.
• Faça “recolhimentos” diários, a fim de meditar sobre suas ações, pelo menos por 30 minutos.
• Lembre-se de que todos nós erramos, pois o erro é da condição humana e, portanto ligado à dor, a sofrimentos vários e conseqüentemente, às lições com suas experiências... Sem dor, sofrimentos, lições, experiência, não há carma, não há humanização nem polimento íntimo. O importante é que não erre mais, ou melhor, que não caia nos mesmos erros. Passe uma esponja no passado, erga a cabeça e procure a senda da reabilitação: para isso, "mate" a sua vaidade e não se importe, de maneira alguma, com o que os outros disserem ou pensarem a seu respeito. Faça tudo para ser tolerante, compreensivo, humilde, pois assim só poderão dizer boas coisas de você.
• Zele por sua saúde física com uma alimentação racional e equilibrada.
• Não abuse de carnes vermelhas, fumo ou quaisquer excitantes.
• No dia de rito, regule a sua alimentação e faça tudo para se encaminhar aos trabalhos espirituais, LIMPO DE CORPO E ESPÍRITO.
• De véspera e após a sessão, não tenha contato sexual.
• Tenha sempre em mente que, para qualquer pessoa, especialmente o médium, os bons espíritos somente assistem com precisão, se verificarem uma boa dose de HUMILDADE ou simplicidade NO CORAÇÃO (e não só nas palavras)
• A VAIDADE, O ORGULHO E O EGOÍSMO CAVAM O TÚMULO DO MÉDIUM.
• Aprenda lentamente a orar confiando em JESUS, o regente do planeta Terra. Cumpra as ordens ou conselhos de seu protetor. Ele é seu grande e talvez único amigo de fato e quer a sua felicidade.
• Seja pontual e não faltar aos ritos que tiver em seu terreiro.
• Mantenha um bom relacionamento com seus irmãos de fé
evitando fofocas, dissabores e conversas improdutivas e invejosas.....
Oxóssi (Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.
Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.
Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.
A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.
Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.
Em África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião e wúsí que significa popular, ouseja Osowusí e na expressão populara cabou virando Oxóssi. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.
Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.
Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.
A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore.
A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá.
Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.
Características dos filhos de Oxóssi
Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si.
São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.
São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas sempre faz o que quer. Com estratégia, acabam por fazer prevalecer a sua opinião e agradando a todos.
Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade para se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.
Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestativos, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.
SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ
Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo...
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
-"Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
"Ser seu amigo, já é um pedaço dele...."
Chico Xavier.
2016, ano regido por osalufa e Yemonja principalmente no primeiro semestre, por Yansa e Osun a partir do segundo semestre, devido a isso, teremos um começo de ano ainda bastante difícil,não sendo propícios a novos negócios ou mudanças!!
Por ser regido por Osala, as cobranças de santo serão bem mais duras, pois Osala toma pra si as cobranças, então quem está com obrigação atrasada, ou que esteja de alguma forma com atitudes que desagradem ao ORISA sentirá de forma mais violenta essas cobranças, em se tratando de cobrança primeiro semestre também muito propício a fazer cobranças(dívidas) que por ventura tenham consigo!
Também início do semestre será o momento em que Osala passará com seu ala branco por cima toda sujeira e assuntos escusos que
Possa existir, acabando assim com mentiras e falsidades que viram à tona de forma rápida e límpida!
JÁ a partir do segundo semestre , com a influência de Yansa e Osun, termos uma aceleração natural das coisas, volta o momento de investimentos, mudanças, casamentos, maternidade, e vida movimentada principalmente no que se diz respeito a relacionamentos amorosos, não se assustem se houverem muitas separações repentinas de casais..
ENFIM ESTE É UM BALANÇO RESUMIDO DO ANO DE 2016!!!
Ogum (Ògún) é o temível guerreiro, violento e implacável, deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protector do ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais afins.
Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a África negra pelo seu carácter devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum.
Entre os muitos Estados conquistados por Ogun estava a cidade de Iré, da qual se tornou senhor após libertar a cidade da tirania do rei e substituí-lo pelo seu, próprio filho, regressando glorioso com o título de Oníìré, ou seja, Rei de Iré.
Não é por acaso, portanto, que nas orações dedicadas a Ogun o medo fica tão evidente e a piedade é um pedido constante, pois como diz uma das suas cantigas:
Ògún pá lélé pá
Ògún pá ojaré
Ògún pá, lélé pá
Ògún pá ojaré.
Ogum mata/extingui com violência
Ogum mata/extingui com razão
Ogum mata/extingui e destrói completamente.
Ogum é o filho mais velho de Odudua, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é um orixá importantíssimo em África e no Brasil. A sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.
Em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura. Matou muita gente, mas matou a fome de muita gente, por isso antes de ser temido Ogum é amado.
*AS LAGRIMAS DE UM BABALORISÁ*
AQUELE PAI ESTAVA TRISTE, ACORDARA COM O PEITO APERTADO, UMA ANGUSTIA SEM MOTIVO APARENTE.
PASSOU O DIA TODO PENSATIVO,FOI PARA O TERREIRO MAIS CEDO QUE O NORMAL. ENTROU, SALDOU SUA PORTA E ENCAMINHOU-SE PARA O INTERIOR DO TEMPLO, PAROU NA PORTA, OLHOU O PISO, AS PAREDES, O TETO, CADA DETALHE QUE NÃO SÃO PERCEBIDOS AO LONGO DAS FESTAS.
FOI CAMINHANDO ATE O QUARTO DE SANTO, PAROU E FICOU A OLHÁ-LO, CADA IGBÁ, CADA DETALHE, CADA LOUÇA ABANDONADA, QUANTO AMOR FORA COLOCADO ALI PARA QUE TUDO FOSSE REALIZADO, PARA QUE UM SONHO FOSSE CONCRETIZADO, QUANTA LUZ AQUELES IGBÁS JÁ HAVIA IRRADIADO, QUANTAS BENÇÃOS.
OLHOU A O IGBÁ DE OGUM, GRANDE GUERREIRO, QUANTAS LUTAS. OLHOU AS IYABÁS QUANTA SABEDORIA E HUMILDADE E ASSIM FOI PERCORRENDO TODAS OS IGBÁS DAQUELE SEU ALTAR ATÉ SE DETER NO PEJY DE OSALÁ, IMPONENTE, NO MAIS ALTO POSTO A TUDO VIGIA, MAS SEUS OLHOS JÁ NÃO PODIAM VER, POIS AS LAGRIMAS CORRIAM PELO SEU ROSTO.
AJOELHOU-SE PERANTE AQUELE ALTAR E CHOROU SUAS LAGRIMAS, UMA A UMA FORAM CAINDO, LAVANDO O CHÃO SAGRADO DAQUELE TEMPLO.
AS LAGRIMAS DAQUELE BABA PARECIAM FALAR. FALAVAM DA INCOMPREENSÃO DAS PESSOAS, DE QUANTOS JÁ HAVIAM PASSADO POR AQUELE TEMPLO E NUNCA MAIS VOLTARAM.
FALAVAM DOS RANCORES, DAS MAGOAS E DA INGRATIDÃO... FALAVAM DAS OPORTUNIDADES PERDIDAS.
FALAVAM DOS SEUS FILHOS QUE VIERAM ATÉ SUAS MÃOS QUE OS ACOLHEU E ACALENTOU ATE QUE ELES ESTIVESSEM PRONTOS PARA TRILHAREM NOVOS CAMINHOS.
FALAVAM DAQUELES QUE PARTIRAM PARA O PLANO ESPIRITUAL E DEIXARAM SAUDADES... E UMA A UMA AS SUAS LAGRIMAS FORAM CAINDO E CADA UMA DELAS LHE FALAVA AO CORAÇÃO, ATÉ QUE A ULTIMA LAGRIMA ROLOU PELO SEU ROSTO, SÓ QUE ESTA ERA CRISTALINA E PARECIA LHE DIZER:
___FILHO EU SOU O PRÓPRIO OSALÁ QUE VIVE EM VOCÊ, POSSO ROLAR PELO SEU ROSTO E IR AO CHÃO, MAS JAMAIS DEIXAREI DE ESTAR EM SEU CORAÇÃO, CONTINUE A AMPARAR MEUS FILHOS E EU O RECOMPENSAREI COM AS ASAS DA LIBERDADE.
AQUELE BABA LEVANTOU-SE LAVOU O ROSTO E REALIZOU A MELHOR FUNÇÃO E FESTA DE SUA VIDA ATÉ AQUELE DIA, ABENÇOOU TODOS OS SEUS FILHOS E COMPREENDEU SEU TRABALHO E SUA MISSÃO... DORMIU TRANQUILO,PORÉM NAQUELA NOITE SEU ORISÁ DE CABEÇA APARECEU PARA ELE E DISSE-LHE :
__APRENDA QUE A MISSÃO DE CADA UM É ÚNICA E PESSOAL,ENTENDA QUE O QUE VOCÊ ENCARA COM INGRATIDÃO TAMBÉM LHE SIRVA DE LIÇÃO PARA NÃO COMETER OS ERROS DA VAIDADE E EGOS INFLADOS QUE POR MUITAS VEZES AFASTARAM AS PESSOAS DE VOCÊ,APRENDA QUE APESAR DA DIVISÃO DE SACERDÓCIO E SEGUIDOR TODOS VOCÊS SÃO SERES ESPIRITUALIZADOS MAS QUE CARREGAM UM MESMO DESTINO INDEPENDENTE DA COLOCAÇÃO IMPOSTA,MAIS AO FINAL DE TUDO SAIBA:
O QUE CONTA NÃO É O QUE VOCÊ FEZ,NÃO SÃO OS APLAUSOS,AS COMENDAS OU O RECONHECIMENTO DAS PESSOAS E SIM O QUE CARREGA DENTRO DE SI EM VALORES MORAIS E ÉTICOS,POIS UM DIA VOCÊ PRESTARÁ CONTAS DE SEU INTERIOR AQUELE QUE TE DEU O SOPRO DA VIDA E TE "EMPRESTOU" O DOM DO SACERDÓCIO.
Omolú é a Terra
Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.
È preciso esclarecer, no em tanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento, como comprovam os vulcões em erupção, domina as camadas mais profundas do planeta.
Toda a reflexão em torno de Omolú ocorreu colocando-o como um orixá ligado à terra, o que é correcto, mas não deixa de ser um erro desconsiderar a sua relação com o fogo do interior da terra, com as lavas vulcânicas, como os gases etc. o que pode ser mais devastador que o fogo? Só as epidemias, as febres, as convulsões lançadas por Omolú!
Orixá cercado de mistérios, Omolú é um deus de origem incerta, pois em muitas regiões da África eram cultuados deuses com características e domínios muito próximos aos seus. Omolú seria rei dos Tapas, originário da região de Empé. Em território Mahi, no antigo Daomé, chegou aterrorizando, mas o povo do local consultou um babalaô que lhes ensinou como acalmar o terrível orixá. Fizeram então oferendas de pipocas, que o acalmaram e o contentaram. Omolú construiu um palácio em território Mahi, onde passou a residir e a reinar como soberano, porém não deixou de ser saudado como Rei de Nupê em pais Empê (Kábíyèsí Olútápà Lempé).
As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas predilectas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida.
Em África são muitos os nomes de Omolú, que variam conforme a região. Entre os Tapas era conhecido Xapanã (Sànpònná); entre os Fon era chamado de Sapata-Ainon,que significa ‘Dono da Terra’; já os Iorubás o chamam Obaluaiê e Omolú.
Omolú nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado pela sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos na sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê.
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar directamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.
O aze guarda mistérios terríveis para simples mortais, revela a existência de algo que deve ficar em segredo, revela a existência de interditos que inspiram cuidado medo, algo que só os iniciados no mistério podem saber. Desvendar o aze, a temível máscara de Omolú, seria o mesmo que desvendar os mistérios da morte, pois Omolú venceu a morte. Debaixo da palha-da-costa, Obaluaiê guarda os segredos da morte e do renascimento, que só podem ser compartilhados entre o iniciados.
A relação de Omolú com a morte dá-se pelo facto de ele ser a terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida. O homem nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se forte diante do mundo, mas continua frágil diante de Omolú, que pode devorá-lo a qualquer momento, pois Omolú é a terra, que vai consumir o corpo do homem por ocasião da sua morte.
Obaluaiê andou por todos os cantos de África, muito antes, inclusive, de surgirem algumas civilizações. Do ponto de vista histórico, Omolú é a idade anterior à Idade dos Metais, peregrinou por todos os lugares do mundo, conheceu todas as dores do mundo, superou todas. Por isso Omolú se tornou médico, o médico dos pobres, pois, muito antes da ciência, salvava a vida dos necessitados; durante a escravidão, só não pôde superar a crueldade dos senhores, mas de doenças livrou muitos negros e até hoje muitos pobres só podem recorrer a Omolú que nunca lhes falta.
IKU E O AXEXÊ
Segundo a Cultura Yorubá, “Quando Odudua estava criando o mundo, encarregou os Orixás de recolherem a lama para moldarem os corpos dos seres, mas toda vez que tentavam pegar a lama, Odudua chorava condoída. Com isso, os Orixás interrompiam a tarefa e nada pegavam. Então Iku apareceu e pegou a lama (eerúpé) sem piedade e a entregou a Olúgama para que esta modelasse os arás (corpos). A partir de então, Iku ficou incumbido de devolver a lama de onde a retirou. Por esta razão é que a morte nos leva de volta à terra.”
A Iku foi entregue uma ferramenta chamada kumon (kùmòn): um bastão medindo 30 cm com uma cabeça esculpida na ponta superior. É com ele que Iku retira a vida.
Iku, para os nagôs, é uma Divindade masculina. Veste-se de negro, pois esta é mesma a cor do Odu que lhe dá caminho, Oyeku Meji. Este odu simboliza o esgotamento da matéria.
Iku é um guerreiro, e também um dos Irúnmolè do lado esquerdo. É uma divindade que não se fixa em nenhum lugar. Gira em torno do mundo para realizar sua tarefa.
Iku é considerado por Olorun como o Orixá mais fiel, pois é o único que jamais deixa de cumprir integralmente sua missão, percorrendo todo o aiyê sem cansar, procurando todos os seres vivos, sem distinção entre ricos e pobres, novos e velhos, machos e fêmeas, belos ou feios, fortes ou fracos, sábios ou ignorantes. Todos um dia sempre serão encontrados e montados por Iku.
Para os nagô Iku é o único Orixá que tomará a cabeça de todos os seres humanos. Contudo, Iku trabalha só e apenas usa como critério as ordens de Olodumare.
Dessa forma, mesmo que alguém deseje a sua própria morte querendo o alívio das dores e sofrimentos; ou ainda queiram provocar Iku para levar alguém de quem não se goste, não terão o direito de invocar morte. O suicídio e o assassinato são interditos de Iku, que não tolera ser importunado pelos homens, sendo obrigado por estes a antecipar sua tarefa. Por isso, os suicidas e assassinos são condenados por Iku a vagarem sem descanso no mundo da escuridão.
Embora ninguém consiga evitar a vinda de Iku, ele não é invencível. Todos sobrevivem à morte e podem tornar-se imortais na memória dos que o amaram, pelos seus feitos positivos em vida e no ipori de seus descendentes.Embora Iku ceife a vida, só ele pode abrir caminho para uma nova existência. A reencarnação (Intunla) só advem após a morte. E se o fim da vida encerra um ciclo, imediatamente reabre a possibilidade do início de outro, com a vida posterior.
Ejiogbe (o odu da vida) e Oyeku Meji (o signo do fim da matéria) se contrapõem e se complementam, como tudo na harmonia da natureza plena.
A reencarnação é fundamental para que sejam alcançados os elementos que um dia poderão tornar aquele Ser Humano um ancestral honrado e importante (um esá): o resgate (gbígbàsílè), o arrependimento (ìrobinúje), o perdão (dákun) e com isso alcançar a salvação (ìgbàlá).”
Em razão disso, a chegada da morte é um momento extremamente importante na cultura yorubá.
A transição deste ciclo tão arrebatador: a morte e a vida, deve ser cultuada em um dos rituais mais instigantes e complexos do povo nagô: O axexê.”
O Povo Yorubá tinha vários tipos de funerais. O que se levava em consideração no momento de escolher o ideal, eram as circunstâncias da morte, suas causas, a idade e a condição social do morto junto à Comunidade.
Os funearais eram chamados de ÌSÌNKÚ (enterro), e não tinham como objetivo simplesmente sepultar o corpo, mas conduzir o espírito do falecido até o reino dos espíritos onde estão os outros ancestrais da família.
Pode-se dizer que o Ìsìnkú (enterro) era uma celebração que durava até 7 dias de cânticos, danças, rituais fúnebres e banquetes.
Era tão grande a importância dos funerais suntuosos, que os yorubás tinham por tradição até contraírem dívidas para os festejos, quando era necessário. Se a família fosse pobre, muitas vezes pagavam os credores com trabalho, dando a si mesmos ou aos parentes como escravos, até a quitação da dívida.
Os rituais fúnebres consistiam basicamente em 9 procedimentos:
1º) assim que morria a pessoa, o corpo era envolvido imediatamente numa mortalha branca;
2º) o corpo era banhado com água morna, sabão e esponja. Quem jogava primeiro a água, era o filho mais velho do falecido; Se fosse mulher, o cabelo era penteado; e se fosse homem, algumas vezes era raspado.
Eles acreditavam que se o corpo não fosse levado na cerimônia de partida, o morto não tomaria lugar junto aos ancestrais e se tornaria um fantasma errante, que eles chamavam de isekú (fantasma ou assombração de pessoa cuja tarefa está inacabada);
3º) um embalsamador preparava o corpo e eram então realizados os primeiros sacrifícios e oferendas aos pés do morto. Esse gesto, objetivava fortalecer o espírito.
Todas essas, eram formas dele não sentir fome durante a jornada à terra dos ancestrais;
4º) era então preparado um banho de ervas (agbô) que serviria para banhar o corpo;
5º) o filho mais velho do morto, então esfregava efún e osún nas palmas das mãos do defunto, dizendo: “iké funlowó fún mi” (você põe efun nas minhas mãos). Isto significa que o filho que foi alimentado, agora nutria seu pai no torno ao orún. Ou seja: o pai trouxe ao mundo uma criança, então esse filho deve ajudá-lo na passagem de volta.
6º) o sexto passo, era vestir o corpo com belas roupas e pousá-lo em casa onde ficaria exposto. Era tradição que amigos e parentes enfeitassem a cama onde o morto ficava com ricos panos coloridos, como forma de reverenciar o morto. As estampas coloridas significavam as experiências adquiridas pelo morto ao longo da vida e serviam também para torná-los mais interessados na viagem de retorno. Começavam, a partir daí os cânticos, as danças e a distribuição de comida.
7º) dias após todo esse procedimento, o corpo era envolvido em uma esteira especial (êni fafá) sendo carregado em procissão solene até a sepultura onde seria pousado cuidadosamente no caixão com todas as suas partes bem acomodadas. Eram depositados junto ao morto, pedaços de prata, dinheiro, roupas, etc.
8º) ao anoitecer, quando o calor diminuía, começavam então os preparativos no caixão, onde depositavam as últimas oferendas pelos parentes maternos e paternos.
9º) finalmente após a tampa do caixão ser fechada, o filho mais velho do morto toca o corpo do falecido com um cajado por 3 vezes, despachando assim sua alma. Então o caixão baixava à sepultura completando o enterro do corpo.
As sepulturas eram feitas em um quarto particular dentro de casa. Com o tempo, a tradição mudou e passaram a fazer os sepultamentos nos quintais.
Para os yorubás, enterrar um parente em um cemitério comum seria como jogá-lo fora e perder o contato com ele.